terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Hábito não faz o monge... o santifica! 






Certamente alguns dos que lêem este texto agora, irão lembrar-se de sua infância. Um grupo de crianças brinca na rua, sem perigo de violência ou preocupação com maldades. Canções de roda, ou de pular corda enchem o ar do bairro de uma alegria pura, inocente. Lá ao longe se avista aquele distinto senhor. Todos o identificam rápida e facilmente: um chapéu preto e redondo, nas mãos um breviário; vestindo sua batina preta e surrada; talvez cerzida em alguns pontos e até desbotada. Todos já sabem: “aí vem o ‘seu’ vigário!” A ele as crianças acorrem para pedir uma bênção e ganhar um ‘santinho’ ou um doce, sem risco de pedofilia.
Este sacerdote segue seu caminho e, certamente, o encontraremos visitando uma família, ou confortando um enfermo pela Extrema Unção, ou, quem sabe, na sua Paróquia de joelhos na nave central da Igreja, diante do Sacrário, ou ainda, dentro de um confessionário.
Onde estão estes padres hoje?
 
Sl 76(77)
–8 Será que Deus vai rejeitar-nos para sempre? *
E nunca mais nos há de dar o seu favor?
–9 Por acaso, seu amor foi esgotado? *
Sua promessa, afinal, terá falhado?
–10 Será que Deus se esqueceu de ter piedade? *
Será que a ira lhe fechou o coração?
–11 Eu confesso que é esta a minha dor: *
'A mão de Deus não é a mesma: está mudada!'
 
         “A mão de Deus não é a mesma: está mudada!” Está mudada porque aqueles que deveriam ser as mãos, os pés, os lábios, os braços de Nosso Senhor na terra, os padres, estão mudados.
            Há quem diga esta famigerada frase: “O hábito não faz o monge”. Esta frase é profundamente tola, pois se trata de uma falácia! Certa vez, conversando com algumas daquelas pessoas que acham que o padre é um homem comum e que, por isso, deve se vestir como um homem comum para ‘dialogar’ com o mundo moderno, ouvi este absurdo: “A batina não é o mais importante, mas o sacerdócio que o padre recebeu. Ele vai ser mais padre ou menos padre por estar de batina?” Então eu respondi: “Mas é claro que não! O sacerdócio é muito maior que uma simples veste. E a Igreja NUNCA afirmou coisa em contrário. Mas, agora, permita-me fazer duas perguntas: a faca é um utensílio tão necessário em nosso dia-a-dia; utilizada para picar, descascar e cortar. Mas ela também é capaz de tirar uma vida. Você a deixaria de usar definitivamente por causa disso? Você deixaria de dirigir o seu carro, mesmo sabendo que ele, um dia, pode atropelar e matar alguém, ou, num acidente, matar a você mesmo?” Obviamente que a resposta foi “Não”. É claro que sabemos que a batina não é o fundamento da nossa fé, esperança e caridade; A batina não é o centro da vida da Igreja; Eu não vou ser mais padre por estar de batina. Tudo isso já sabemos. Contudo nada disso justifica o desuso da mesma. Da mesma forma que tenho que ter a consciência de utilizar uma faca ou dirigir o meu automóvel com sabedoria e prudência, devo saber utilizar a batina com a mesma sabedoria, prudência e, sobretudo, humildade. Não adianta ser um “cavalo de batina”!
            A batina nos impõe um COMPROMISSO solene e terrível. Quando estou revestido do sagrado hábito devo agir com prudência. Devo medir minhas palavras e gestos. Não devo me sentar de qualquer forma. Não devo andar de qualquer forma. Não devo subir ou descer escadas de qualquer forma. Estando de batina devemos pensar muito sobre nossas atitudes e palavras! Não posso me esquecer que todos os olhos estarão voltados para mim. Devo ser um exemplo no agir, no falar, enfim, em tudo. Usando o sagrado hábito não posso me esquecer de que carrego comigo a responsabilidade de toda uma instituição, e não apenas de uma pessoa física! Tudo o que o padre faz, já dizem logo que é a Igreja que faz! Por isso não se deve usar a batina de qualquer forma. Aliás, este é o motivo pelo qual muitos padres hoje não querem usá-la. Sob uma FALSA modéstia dizem: “não uso para não chamar atenção”. Isso é uma desculpa esfarrapada! A VERDADE é que não querem usá-la (e nem ao menos o Clergyman) para não serem identificados e, portanto, não serem incomodados. SEMPRE que estou de batina na rua aparece alguém pedindo uma bênção, ou para tirar uma dúvida ou até para desabafar! Já ouvi inclusive uma confissão (literalmente auricular) na Linha 1 do Metrô! Mas, é claro, que é muito mais cômodo estar no meio da rua e não ser identificado. Conheci sacerdotes que me chamaram atenção porque eu os chamei de “padre” no meio da rua! Fui imediatamente repreendido (e não foi em nome de Jesus): “Por favor, na rua me chame pelo meu nome”. A questão é que revestido do Clergyman ou Batina ‘fica mal’ ele parar num bar e tomar uma cerveja; ‘fica mal’ ele fumar quase um maço de cigarro; ‘fica mal’ ele não controlar os seus olhares apetitosos para uma bela moça (ou, quem sabe, um rapaz) na rua. Há até padres que, movidos pela Passione, deixam de celebrar a Santa Missa e mandam um Ministro Extraordinário fazer uma celebração em seu lugar…
            Certa vez, fazendo uma meditação, me perguntei por que a batina incomoda tanta gente. E logo – ironicamente – me veio uma antiga musiquinha à mente; claro que com as devidas adaptações não-pastorais:
 
“Um elefante incomoda muita gente.
Uma batina incomoda, incomoda, incomoda muito mais!”
 
         Não sou um psicólogo, contudo minha meditação me fez chegar à seguinte conclusão: creio que exista aqui uma questão de CONSCIÊNCIA. Por isso a batina incomoda tanto.
 
·        Alguns não a usam porque tem consciência de que não possuem nem a força espiritual e nem a volitiva quer seja imanente ou emanente de se portarem como o hábito exigiria. Só de pensar, isso já causa neles certa repulsa.
 
·        Outros têm consciência de sua falta de disciplina e de ascese. Parece-me que quase não há mais hoje em dia a pré-disposição a “oferecer sacrifícios de amor a Nosso Senhor” como outrora faziam os santos. Hoje todos buscam o mais cômodo o mais confortável: é a busca incessante pelo bem-estar!
 
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram.”
(Mt 7, 13-14)
 
·        Há aqueles sacerdotes que NÃO USAM o hábito, mas adoram comentar e criticar os que usam; estes senhores, bem no fundo de suas almas, sentem o incômodo da consciência, porque sabem que a presença daquele hábito é para eles uma constante lembrança de suas infidelidades e que deveriam viver a sua consagração com mais dedicação.
 
Mas a batina não atinge apenas a consciência dos ministros ordenados, mas igualmente a dos leigos. Vejamos alguns exemplos:
 
·        Um sacerdote que passa de batina nas ruas faz aquele que está afastado da Igreja há algum tempo lembrar que ele precisa se reconciliar com Deus; Às vezes a pessoa está em seus afazeres diários e nem está pensando em Deus; mas ao ver aquele padre passar, DUVIDO que dentro de sua cabeça e de seu coração a vozinha da consciência não diga “já faz tempo que você não vai à Igreja” ou “você tem tanto tempo pra tudo… precisa de um tempo para Deus também”.
 
·        Até mesmo os ateus ou os hereges sentem a consciência arder quando um sacerdote passa de batina. Nem que seja para dar-lhe um olhar de desdém ou cantarolar uma música pentecostal (que não é, em absoluto, para louvar a Deus, mas, antes, para ‘provocar’ o padre). Se eles REALMENTE não ligassem e não se importassem, ficariam em silêncio e ignorariam o sacerdote. Se fazem algum gesto, por menor que seja, é porque algo dentro deles diz: “você está errado e precisa de conversão!”
 
O irônico da história toda é que os que julgam ser o hábito eclesiástico somente uma exterioridade são, na sua maioria, pessoas superficiais. Se perguntarmos a eles qual é o significado do hábito talar, por certo não saberão dizê-lo. Pelo contrário vão logo dizer: “isso é coisa do passado” ou ainda “isso não se usa mais”. São Ignorantes da LEI de sua própria Igreja (Código de Direito Canônico) que diz:
 
Cân. 284 - Os clérigos usem hábito eclesiástico conveniente, de acordo com as normas dadas pelas conferências dos Bispos e com os legítimos costumes locais.
 
Nota de rodapé do cânone 284: Após entendimentos laboriosos com a Santa Sé, ficou determinado que os clérigos usem, no Brasil, um traje eclesiástico digno e simples, de preferência o “clergyman” (camisa clerical) ou “batina”.
 
            A batina é um sinal de consagração a Deus. Sua cor negra é sinal de luto. O padre morreu para o mundo, porque tudo o que é mundano não lhe atrai mais. Ela é ornada de 33 botões na frente, representando a idade de Nosso Senhor. São 5 botões nas mangas, representando as 5 chagas de Nosso Senhor. Também possui 2 presilhas laterais que simbolizam a humanidade e a divindade de Nosso Senhor. O padre a usa com uma faixa na cintura, símbolo da castidade e do celibato. Algumas possuem mais 7 botões na parte superior do braço, simbolizando os 7 sacramentos, com os quais o padre conforta os fiéis.
            A batina é, também, um santo remédio contra a vaidade. Enquanto um homem comum precisa gastar tempo em frente ao seu guarda-roupas ou a um espelho verificando se este paletó combina com aquela camisa ou se a cor da gravata está adequada, o padre veste sua batina e pronto. Nem precisa perguntar “o que eu vou vestir hoje?”. Sua roupa é uma só! Por isso ela também é símbolo de fidelidade e constância. Nos batizados, o padre usa a batina. Se for um casamento: batina! Se for um aniversário: batina! E se for um funeral? Batina! Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença… é sempre a mesma coisa. E não podia ser diferente, uma vez que o padre é o representante de Nosso Senhor Jesus Cristo que é o mesmo: ONTEM, HOJE e SEMPRE!
 
Aprendi em filosofia que expressamos no exterior o que há no interior. Aliás, essa idéia foi expressa por Nosso Senhor: “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34). Talvez esteja aí a resposta para o desleixo e o desmazelo que há hoje na Igreja e no clero. Perdoe-me, caro leitor, se “pego pesado” demais. Mas penso que se a Igreja tivesse mantido a rígida disciplina do passado, metade do nosso atual clero não seriam padres hoje. Jesus conta uma parábola no Evangelho de São Lucas sobre um administrador INFIEL, que, ao ser descoberto, está prestes a perder seu emprego:
 
“O administrador refletiu então consigo: Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha.” (Lc 16,3)
 
Tenho a impressão de que muitos sacerdotes vivem hoje do mesmo modo que esse administrador infiel. Como não se sentem capacitados para realizar outra atividade, por isso, se servem da Igreja. Vão “empurrando com a barriga” o seu ministério. Em nome de uma “simplicidade” cometem as maiores atrocidades: Missas celebradas de qualquer maneira; desrespeito às coisas sagradas; paramentos terrivelmente feios ou sujos; igrejas que mais parecem caixotes e não expressam piedade, etc. Parece que nem sequer acreditamos mais naquilo que fazemos. Hoje, por exemplo, eu estava de batina caminhando pelas ruas do centro da cidade. Passei por um seminarista e ele me cumprimentou: “E aí, padre? Beleza?”. A menos de cinqüenta metros à frente, um mendigo que estava sentado à porta de uma loja também me saudou: “a bença seu padre...”.
 
Salmo 73 (74)
=2 Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, † desta tribo que remistes para ser a vossa herança, * e do monte de Sião que escolhestes por morada!
 
–3 Dirigi-vos até lá para ver quanta ruína: * no santuário o inimigo destruiu todas as coisas;
–4 e, rugindo como feras, no local das grandes festas, * lá puseram suas bandeiras vossos ímpios inimigos.
 
–5 Pareciam lenhadores derrubando uma floresta, * 6 ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos.
–7 Ó Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! * Rebaixaram, profanaram o lugar onde habitais!
 
–8 Entre si eles diziam: 'Destruamos de uma vez!' * E os templos desta terra incendiaram totalmente.
–9 Já não vemos mais prodígios, já não temos mais profetas,* ninguém sabe, entre nós, até quando isto será!
 
–10 Até quando, Senhor Deus, vai blasfemar o inimigo? * Porventura ultrajará eternamente o vosso nome?
–11 Por que motivo retirais a vossa mão que nos ajuda? * Por que retendes escondido vosso braço poderoso?
 
–18 Recordai-vos, ó Senhor, das blasfêmias do inimigo * e de um povo insensato que mal diz o vosso nome!
–19 Não entregueis ao gavião a vossa ave indefesa, * não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres!
 
Termino dizendo uma frase que há muito eu disse num sermão: Não tenho medo dos lobos que vêm em pele de cordeiros… tenho medo daqueles que vêm em pele de pastores!
 
“Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos” (2Cor 4,8 )
 
 
 
Pe. Leonardo Holtz Peixoto

quinta-feira, 1 de setembro de 2011


TEMPO DE MUDAR

Homilia 3ª feira da 22ª semana do Tempo Comum Ano A – 30/08/11
Sem. Luiz Fernando Aparecido Azeredo – 1º ano Filosofia – Diocese de Taubaté

1ª leitura: 1Ts 5, 1-6. 9-11
Sl: 26 (27), 1.4.13-14 (R/.13)
Evangelho: Lc 4, 31-37

1ª leitura: Jesus Cristo morreu por nós, para que alcancemos a vida junto dele.
Sl: Sei que a bondade do Senhor eu hei de ver na terra dos viventes.
Evangelho: “Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus.”


Revmo Sr. Reitor Pe. Antonio Fernando da Costa
Amados irmãos Seminaristas


Na primeira leitura de hoje podemos destacar a importância da espera, da vigilância. Não temos certeza da próxima vinda do Senhor. Paulo afirma não conhecer esse dia. O dia do Senhor virá como um ladrão é preciso vigiar, o tempo é breve.
Paulo chama a atenção daqueles que pensam que este dia é iminente. As idéias sobre a conversão dos gentios levam mesmo a pensar que a espera poderá ser longa.
Na pregação de Paulo ele diz: Deus nos salva por Jesus Cristo, que morreu por nós. Quando ele cita: “... na vigília ou no sono...” (vers. 10) significa novamente “vivos ou mortos”, ou seja, todos os fiéis participarão da Salvação.
Devemos antes de tudo vigiar a nossa vida. Como ela está? O que estamos fazendo dela? Será que estamos dando bons testemunhos de cristãos? Será que vivemos realmente a nossa vocação ao sacerdócio? Quantas e quantas pessoas nesse mundo ainda têm duvida da sua vocação e nem por isso deixam de viver a vida como cristãos.
É só observarmos a vida dos santos. Como sofreram, ficaram magoados, duvidosos e espantados com a sociedade que vivia na época. Sem dúvida, esses santos seguiram um único modelo de santidade, Jesus Cristo. Com toda a sua prática do amor, com seus sofrimentos, e principalmente com sua morte nos deixou uma bonita lição de amar os irmãos.
Contudo, somos chamados a aprendermos essa lição e partir pelo mundo anunciando sua palavra. Não o mundo todo literalmente falando, mas o nosso mundo interior, espiritual e principalmente o da convivência com as pessoas, sejam elas religiosas ou não. Por isso, não devemos esperar muito tempo, é hora de começarmos a mudar tudo que está parado, num lugar só. Assim como nós mudamos os móveis e objetos de lugar acrescentando coisas novas, o mesmo devemos fazer para conosco.
Como dizia Santo Agostinho: “Deus está mais próximo de nós do que nós de nós mesmos.” Ele está conosco em tudo, em todos os momentos de nossa vida, nos vigiando, nos alertando, nos ajudando e muitas vezes não conseguimos sentir essa presença divina pelo simples fato de não nos colocarmos disponíveis à graça de Deus.
Hoje vemos como a atividade de ensinar foi, para Jesus, a missão central de sua vida pública. Porém a pregação de Jesus era muito diferente da dos outros mestres e isso fazia com que as pessoas se espantassem e se admirassem. Certamente, ainda que o Senhor não tivesse estudado, desconcertava a todos com sua doutrina, porque falava com autoridade. Seu estilo possuía a autoridade de quem se sabia o “Santo de Deus”.
Não há dúvida de que Jesus era um bom observador, homem próximo das situações humanas: ao mesmo tempo em que o vemos ensinando, também o contemplamos perto das pessoas fazendo-lhes o bem (curando as doenças e expulsando demônios, etc.). A palavra do Senhor era sempre profunda, inquietante, radicalmente nova, definitiva.
A Palavra de Deus é viva e eficaz, mais penetrante que uma espada de dois
gumes. Aos que buscam a Cristo, que é a Palavra, o Poder e a
Sabedoria de Deus, fica bem declarada nesta expressão da Escritura toda a
grandeza, força e sabedoria Daquele que é a verdadeira Palavra de Deus.
Esta Palavra, eterna como o Pai desde o princípio, foi revelada
no devido tempo aos apóstolos e por eles anunciada aos povos e humildemente
acolhida com fé.
O mais admirável da fala de Jesus Cristo, era esse saber harmonizar a autoridade divina com a mais incrível simplicidade humana. Autoridade e simplicidade eram possíveis em Jesus graças ao conhecimento que possuía do Pai e de sua relação de amorosa obediência a Ele (Mt 11,25-27). Esta relação com o Pai é o que explica a harmonia única entre a grandeza e a humildade. A autoridade de seu falar não se ajustava aos parâmetros humanos; não havia disputa, nem interesses pessoais ou desejo de sobressair. Era uma autoridade que se manifestava tanto na sublimidade da palavra ou da ação como na humildade e simplicidade. Não houve nos seus lábios nem alabança (elogio) pessoal, nem soberba nem gritos. Mansidão, doçura, compreensão, paz, serenidade, misericórdia, verdade, luz, justiça... Foi o aroma que rodeava a autoridade de seus ensinos.
Devemos viver com autoridade sobre a nossa vida, devemos afastar de nós os espiritos impuros que nos levam a pecar cotidianamente. Devemos reconhecer que somos pecadores e por isso aceitar erros e acertos, pois sabemos que não somos perfeitos. Somos os futuros padres dessa Igreja de Cristo, futuros colaboradores do Reino. E precisamos antes de tudo aprender e cuidar de nossa vida, cuidar da alma e do corpo, principalmente o corpo que nos leva a pecar; a consciência, que depois do erro nos pesa muito...
Precisamos nos preparar já e não deixar pra depois. O povo precisa ser ensinado e principalmente curado das feridas do pecado. Ensinar o povo na fé cristã, ensinar a viver, a amar, a ter paz, união, participação; curar as feridas da alma, perdoar os pecados sejam eles qual forem, perdoar os irmãos, curar a ferida da solidão, do materialismo.
Hoje muitas e muitas pessoas tem tudo na vida, mas não tem seu coração aberto pra graça de Deus, vive sozinha, não precisa de ninguem...
Assim somos nós, conhecedores da palavra de Deus, conhecedores da doutrina católica, participantes do banquete eucarístico de Cristo, muitas vezes nos fechamos para a graça de Deus e não deixamos Ele agir nesse coração duro e frio. É preciso deixar Ele tomar conta de nós, nos animar e encher a nossa vida de fé e amor. Deixemos Deus tomar conta de nós. Não tenhamos medo. Sejamos perseverantes e construtores do Reino dos céus e não destruidores. Hajamos como se já fossemos padres, vivamos o sacerdócio desde agora, não deixemos pra depois de ordenar não. Assumamos verdadeiramente o que somos e seremos recompensados nos céus por tudo o que realizarmos na terra.
Se precisarmos de alguma força não nos esqueçamos da Mãe, a Virgem Maria. Ela foi e é o primeiro e grande exemplo humano que a humanidade tem de santidade nesse mundo. Jesus é divino e se fez humano, já Maria não, ela é cem por cento humana e participa da divindade, como Rainha dos céus e da Terra.
Portanto, sejamos firmes e fortes na fé, assumamos verdadeiramente a causa do Reino e contemos sempre com a intercessão de Maria quando vier as dificuldades. E nós não poderiamos deixar de nos despedirmos do mês vocacional sem antes lembrar de uma bela frase do Monsenhor Manoel Azeredo Brito que fez dele um padre simples, humilde e de muito respeito por toda a sua vida e que eu a partir do momento que soube, adotei pra minha vida e levo em meu coração é: “Padre pra sempre padre, pra sempre padre eu serei.” Deus nos ajude na caminhada e que sejamos, se for de Sua vontade, padres, pra sempre padres.

Louvado seja nosso Senhor Jesus Cristo, para sempre seja louvado.