segunda-feira, 15 de julho de 2013

Hospedagem do Santo Padre no Rio de Janeiro

Conheça a casa que hospedará o Papa no Rio



Rio de Janeiro (RV) - A poucos dias do início da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013), os preparativos para a acolhida do Papa Francisco estão a todo vapor. Irmã Terezinha é a superiora da residência Assunção no Centro de Estudos do Sumaré e responsável pela organização da residência onde o Sumo Pontífice ficará hospedado nos dias da JMJ Rio2013.

Ela explica que tudo foi pensado para manter a simplicidade e para que o Papa não sinta um tratamento diferenciado dos demais. “Ele não gosta de solidão e individualismo. Tudo o que está sendo feito é para todos. Nada diferenciado para ele”, explica a religiosa.

Casa oficial do Papa Francisco nos dias da JMJ Rio2013, a residência Assunção no Centro de Estudos do Sumaré já recebeu o Papa João Paulo II em 1980 e em 1997 quando visitou o Rio de Janeiro. Além do Sumo Pontífice, a residência vai acolher sete sacerdotes da Comitiva do Papa e 30 cardeais ficarão hospedados nos quartos do Centro de Estudos. De acordo com Ir. Terezinha, a organização está prevendo acolher até 38 pessoas.

Para servir a todos, as quatro irmãs que trabalham no Centro vão contar com a ajuda de mais 24 religiosas do Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho e 20 funcionários, que se alternarão em turnos. O cardápio para os dias também foi planejado para manter a simplicidade. A Irmã, que pesquisou o gosto do Papa Francisco, disse que nos lanches serão servidos pasteizinhos caseiros, porque “as pessoas na Argentina gostam muito e vi uma matéria antiga do Papa que ele dizia isso também”, conta.

Nos lanches serão servidos também pão de queijo, frutas, sucos variados e pães. O cardápio das refeições principais ainda não foi divulgado. De acordo com Ir. Terezinha, uma comitiva do Vaticano acompanha os preparativos para manter a dieta do Papa.

Quarto do Papa

Segundo o bispo auxiliar do Rio de Janeiro Dom Roque Costa Souza, todos os quartos da casa Assunção estão sendo preparados com o mesmo cuidado e zelo para que o Santo Padre possa escolher onde ficar. O quarto oficial do Papa Francisco tem as mesmas coisas que os outros sete quartos da residência.

Tinha sido reservada para o Papa uma suíte com dois ambientes: um escritório amplo com uma grande mesa de trabalho de madeira, uma estante com livros de Dom Eugênio e um frigobar; e o quarto com uma cama confortável, um closet e um banheiro. No entanto, a orientação dada pelo Vaticano era que a suíte fosse a mesma dos cardeais.

Todas as suítes do Centro de Estudos têm uma mesinha simples de escritório de madeira, um armário, um frigobar. Algumas têm ainda uma pequena varandinha onde é possível ter uma vista privilegiada do Rio.

Residência oficial é restaurada

A casa do Papa Francisco durante a JMJ Rio2013 passou por uma restauração nos últimos três meses. De acordo com a responsável pela restauração e reforma, Daisy Ketzen, a residência tem estilo clássico. “A casa é simples e sólida. Ela não é luxuosa. Tem poucos elementos”, explica.
Construída na década de 1950, a residência tem, porém, elementos artísticos valiosos e que marcam a História da Igreja Católica no Brasil, como a porta de acesso da casa. Com cerca de 270 anos, a porta pertencia a antiga Igreja de São Pedro dos Clérigos que ficava no centro do Rio de Janeiro. A igreja foi inaugurada em 1740 e demolida em 1944 para a construção da Avenida Presidente Vargas.

A porta traz marcas do estilo barroco da antiga igreja e, após a restauração, será mantida na cor original da madeira usada para construí-la. Além da porta, a casa tem uma mobília imponente da década de 1950 feita de madeira nobre e um estofamento datado de 13 de junho de 1913.

O jardim interno do palácio também foi reformado. O projeto é uma homenagem ao Papa Francisco e faz referência aos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, fundador da Companhia de Jesus, da qual o Santo Padre fez parte. As plantas contam a vida de Cristo, nascimento, vida pública, paixão, morte e ressurreição.



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/12/conheça_a_casa_que_hospedará_o_papa_no_rio/bra-709752
do site da Rádio Vaticano

Presente ao Papa Francisco

Papa receberá de presente estátua de N. S. Aparecida. A obra é de um artesão mineiro



Rio de Janeiro (RV) - Papa Francisco ganhará uma imagem de Nossa Senhora Aparecida durante sua visita à Jornada Mundial da Juventude, a partir do dia 23 de julho. O presente lhe será entregue no Santuário de Aparecida (SP), mas a imagem virá do Sul de Minas, esculpida por um santeiro de Campanha (MG).

Paulo Henrique Ferreira Pinto, mais conhecido como Sodêm, é escultor há mais de 40 anos. Suas mãos dão dimensão e volume a pedaços de madeira e seu talento cria símbolos da fé dos católicos.

Para formar linhas suaves e delicadas que detalham as formas da imagem, e finalizar a peça, Paulo Henrique usa o que é possível, e até o improvável. "Eu improviso algumas ferramentas com o guarda-chuva, para fazer alguns detalhes", explica.

Assim surgem anjos barrocos, São Judas Tadeu e Jesus Cristo. Mas o forte do artista são as imagens de Nossa Senhora Aparecida, a santa de devoção. Muitas das imagens feitas por Paulo Henrique vão direto para o centro religioso do Brasil, Aparecida, no interior de São Paulo.

Em meio a tantas encomendas feitas pelo bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci Nicioli, ele recebeu há dois meses um pedido especial, que Paulo Henrique nem imaginava qual: "Ele falou que era um pedido especial, que não era pra ficar nervoso", lembra.

A imagem que está em Aparecida é semelhante a que será entregue ao Papa. Também de cedro e com 40 centímetros, ela demorou dois dias para ser feita e os detalhes são os mesmos, tanto nas mãos, quanto no rosto e os anjos aos pés da santa.

Após a encomenda especial, os pedidos para o escultor multiplicaram. "Todo mundo quer a imagem do Papa", conta. E mesmo antes do Papa receber o presente, a gratidão já pode ser vista nos olhos marejados do mineiro, que usa o dom para multiplicar a fé na padroeira do Brasil.

O Papa Francisco visitará o Santuário de Aparecida no dia 24 de julho para a celebração de uma missa na Basílica. Ele chega ao país no dia 22 e fica até 28 de julho, último dia da Jornada Mundial da Juventude



Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/10/papa_receberá_de_presente_estátua_de_n._s._aparecida._a_obra_é_de_u/bra-709107
do site da Rádio Vaticano

Papa Francisco confia a JMJ RIO13 à Nossa Senhora Aparecida

No Angelus, Papa Francisco confia a Jornada Mundial da Juventude a Nossa Senhora Aparecida



Cidade do Vaticano (RV) – O Papa Francisco dirigiu-se na manhã deste domingo à Castel Gandolfo, onde recitou a Oração Mariana do Angelus junto aos peregrinos e habitantes. Na sua alocução, que precede a oração, o Papa confiou a Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro a Nossa Senhora Aparecida e recordou São Camilo Lellis, "um homem que viveu plenamente o Evangelho do bom samaritano".

O Papa partiu de carro do Vaticano às 9 horas da manhã, chegando à Vila Pontifícia às 9h30min, onde encontrou os funcionários e moradores da Residência de Verão. Francisco foi saudado pelo Bispo de Albano, Dom Marcello Semeraro, pelo Diretor da Vila Pontifícia, Dr. Petrillo Saverio e pela Prefeita de Castel Gandolfo, Sra. Milvia Monachesi. Numa breve intervenção, o Papa agradeceu a acolhida e dirigiu-se às pessoas que “amam este lugar, encantados com a sua beleza e encontrando ali um momento de descontração”.

No pronunciamento, Papa Francisco recordou os seus predecessores que costumavam passar algum período do verão em Castel Gandolfo: “Neste momento o meu pensamento vai para o beato João Paulo II e a Bento XVI, que gostavam de passar parte do período de verão nesta residência pontifícia. Muitos de vocês tiveram a ocasião de os encontrar e acolher, conservando uma cara recordação. Que o seu testemunho seja sempre de encorajamento na fidelidade cotidiana a Cristo e no contínuo esforço para viver uma vida coerente com as exigências do Evangelho e o ensinamento da Igreja”.

Ao meio-dia, o Papa Francisco dirigiu-se à multidão que superlotava a praça em frente à Residência de verão. Ao invés de falar do balcão central, Francisco preferiu recitar a Oração mariana do Angelus em frente à Residência apostólica.


Eis a íntegra da reflexão que precede o Angelus:

“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
hoje o nosso encontro dominical do Angelus vivemos aqui em Castel Gandolfo. Eu saúdo os habitantes desta linda cidadezinha! Gostaria de vos agradecer, sobretudo pelas vossas orações, e o mesmo faço com todos vocês peregrinos, que vieram em grande número aqui.

O Evangelho de hoje - estamos no capítulo 10 de Lucas - é a famosa parábola do Bom Samaritano. Quem era esse homem? Era alguém, que descia de Jerusalém em direção à Jericó na estrada que atravessa o deserto da Judéia. Há pouco, nesta estrada, um homem havia sido atacado por bandidos, roubado, espancado e deixado quase morto. Antes do samaritano, passaram um sacerdote e um levita, ou seja, duas pessoas envolvidas com o culto no Templo do Senhor. Eles vêem aquele pobre homem, mas seguem sem parar. Em vez disso, o samaritano, quando viu o homem, "teve compaixão" (Lc 10:33), diz o Evangelho. Ele aproximou-se e enfaixou as feridas, derramando um pouco de azeite e vinho, depois e colocou-o em seu próprio animal e levou-o para uma hospedaria, e pagou para ele o alojamento ... Quer dizer, cuidou dele: é o exemplo de amor ao próximo. Mas porque Jesus escolheu um samaritano como protagonista desta parábola? Por que os samaritanos eram desprezados pelos judeus, por causa de diferentes tradições religiosas; e Jesus faz ver que o coração daquele Samaritano é bom e generoso e que - ao contrário do sacerdote e do levita - ele coloca em prática a vontade de Deus, que quer a misericórdia e não o sacrifício (cf. Mc 12:33). Deus sempre quer a misericórdia e não a condenação. Quer a misericórdia do coração, porque Ele é misericordioso e sabe entender bem as nossas misérias, as nossas dificuldades e também os nossos pecados. Dá a todos nós este coração misericordioso! O samaritano faz exatamente isto: imita a misericórdia de Deus, a misericórdia para aqueles que tem necessidade.

Um homem que viveu plenamente este Evangelho do Bom Samaritano é o Santo que hoje recordamos: São Camilo de Lellis, fundador dos Ministros dos Enfermos, o padroeiro dos doentes e dos profissionais de saúde. São Camilo morreu 14 de julho de 1614 e exatamente hoje se abre a celebração do seu quarto centenário, que terá o seu ápice em um ano. Saúdo com grande afeto a todos os filhos e filhas espirituais de São Camilo, que vivem o seu carisma de caridade no contato diário com os doentes. Sejam como ele bons samaritanos! E também aos médicos, aos enfermeiros e àqueles que trabalham em hospitais e asilos, auguro serem animados pelo mesmo espírito. Confiemos esta intenção à intercessão de Maria Santíssima.

E uma outra intenção eu gostaria de confiar à Nossa Senhora, junto a todos vocês. Está próxima a Jornada Mundial da Juventude do Rio de Janeiro. Se vê que existem tantos jovens de idade, mas todos vocês são jovens no coração! Parabéns! Eu partirei em oito dias, mas muitos jovens irão ao Brasil antes. Rezemos então por esta grande peregrinação que começa, para que Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil, guie os passos dos participantes e abra os seus corações para acolher a missão que Cristo dará a eles”.

Após o Angelus, o Santo Padre manifestou sua proximidade espiritual com os Prelados e fiéis da Igreja na Ucrânia, reunidos na Catedral de Lutsk para a Missa em sufrágio das vítimas dos massacres de Volinia, ocorridos 70 anos atrás. “Tais atos, provocados pela ideologia nacionalista no trágico contexto da II Guerra Mundial, provocaram dezenas de milhares de vítimas e feriram as relações fraternas entre dois povos – polonês e ucraniano. Confio á misericórdia de Deus as almas das vítimas. Para os seus povos, peço a graça de uma profunda reconciliação e de um futuro sereno na esperança e na sincera colaboração pela comum edificação do Reino de Deus”.

O Papa Francisco concluiu com a tradicional saudação "Bom domingo e bom almoço", indo em seguida ao encontro da multidão reunida na Praça diante da Residência Apostólica, saudando especialmente os doentes.

Após, almoçou com a Comunidade religiosa dos jesuítas do Observatório Astronômico ('Specola Vaticana'), dirigido pelo argentino Padre José Gabriel Funes e retornou ao Vaticano. (JE)






Texto proveniente da página http://pt.radiovaticana.va/news/2013/07/14/no_angelus,_papa_francisco_confia_a_jornada_mundial_da_juventude_a/bra-710384
do site da Rádio Vaticano

2013 ANO DA CANONIZAÇÃO DE JOÃO PAULO II E JOÃO XXIII

 
 
 
SANCTUS, SANCTUS!
 
A importância desses dois Papas na SANTA IGREJA CATÓLICA.
 
 
SANTOS
 
 
Sua Santidade o Papa João XXIII iniciou uma das maiores reformas na Igreja, o Concílio Vaticano II. Uma reforma que mudou a visão de uma Igreja fechada para si e sim, abriu as portas para todos os fiéis na participação de uma Igreja mais viva e presente no mundo.
 
O Papa Paulo VI deu continuidade ao Concílio e foi assim, discípulo de seu antecessor, aceitando a reforma que precisava ser feita na Igreja.
 
Em seguida, João Paulo I foi o Papa Zelador. Permaneceu por 33 dias como Papa e nesse curto pontificado, zelou para que a nova Igreja continuasse firme no caminho da fé e na dignidade de filhos de Deus.
 
Após curto tempo de pontificado, João Paulo II foi eleito e reinou por 26 anos, dedicando sua vida, sua simpatia e amizade ao mundo. Trabalhou e viajou muito pelo mundo, levando a verdade e o exemplo de uma vida totalmente segundo os Evangelhos, quebrando protocolos e deixando a paz de Deus por onde passava.
 
João XXIII foi Beatificado pelo Papa João Paulo II no qual todo seu exemplo de vida foi valorizado e reconhecido pela Igreja. 
 
No pontificado de Bento XVI, o Santo Padre Beatificou seu amigo e antecessor muito querido por si e pelos seus; o mundo se alegrou por sua Beatificação. E por idade avançada e por um pontificado cansado, Bento XVI renunciou e abriu-se então um novo conclave.
 
Na capela Sistina, foi eleito Sua Santidade o Papa FRANCISCO. O papa da humildade e de uma verdadeira e visível presença de Jesus na Igreja, canonizará ainda este ano JOÃO PAULO II e JOÃO XXIII Santos, juntamente com o Papa Emérito Bento XVI.  

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Mensagem do Papa Emérito Bento XVI aos jovens da JMJ RIO 13

MENSAGEM DO PAPA BENTO XVI
PARA A XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE
NO RIO DE JANEIRO,
EM JULHO DE 2013




«Ide e fazei discípulos entre as nações!» (cf. Mt 28,19)



Queridos jovens,

Desejo fazer chegar a todos vós minha saudação cheia de alegria e afeto. Tenho a certeza que muitos de vós regressastes a casa da Jornada Mundial da Juventude em Madri mais «enraizados e edificados em Cristo, firmes na fé» (cf. Col 2,7). Este ano, inspirados pelo tema: «Alegrai-vos sempre no Senhor» (Fil 4,4) celebramos a alegria de ser cristãos nas várias Dioceses. E agora estamo-nos preparando para a próxima Jornada Mundial, que será celebrada no Rio de Janeiro, Brasil, em julho de 2013.

Desejo, em primeiro lugar, renovar a vós o convite para participardes nesse importante evento. A conhecida estátua do Cristo Redentor, que se eleva sobre àquela bela cidade brasileira, será o símbolo eloquente deste convite: seus braços abertos são o sinal da acolhida que o Senhor reservará a todos quantos vierem até Ele, e o seu coração retrata o imenso amor que Ele tem por cada um e cada uma de vós. Deixai-vos atrair por Ele! Vivei essa experiência de encontro com Cristo, junto com tantos outros jovens que se reunirão no Rio para o próximo encontro mundial! Deixai-vos amar por Ele e sereis as testemunhas de que o mundo precisa.

Convido a vos preparardes para a Jornada Mundial do Rio de Janeiro, meditando desde já sobre o tema do encontro: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28,19). Trata-se da grande exortação missionária que Cristo deixou para toda a Igreja e que permanece atual ainda hoje, dois mil anos depois. Agora este mandato deve ressoar fortemente em vosso coração. O ano de preparação para o encontro do Rio coincide com o Ano da fé, no início do qual o Sínodo dos Bispos dedicou os seus trabalhos à «nova evangelização para a transmissão da fé cristã». Por isso me alegro que também vós, queridos jovens, sejais envolvidos neste impulso missionário de toda a Igreja: fazer conhecer Cristo é o dom mais precioso que podeis fazer aos outros.

1. Uma chamada urgente

A história mostra-nos muitos jovens que, através do dom generoso de si mesmos, contribuíram grandemente para o Reino de Deus e para o desenvolvimento deste mundo, anunciando o Evangelho. Com grande entusiasmo, levaram a Boa Nova do Amor de Deus manifestado em Cristo, com meios e possibilidades muito inferiores àqueles de que dispomos hoje em dia. Penso, por exemplo, no Beato José de Anchieta, jovem jesuíta espanhol do século XVI, que partiu em missão para o Brasil quando tinha menos de vinte anos e se tornou um grande apóstolo do Novo Mundo. Mas penso também em tantos de vós que se dedicam generosamente à missão da Igreja: disto mesmo tive um testemunho surpreendente na Jornada Mundial de Madri, em particular na reunião com os voluntários.

Hoje, não poucos jovens duvidam profundamente que a vida seja um bem, e não veem com clareza o próprio caminho. De um modo geral, diante das dificuldades do mundo contemporâneo, muitos se perguntam: E eu, que posso fazer? A luz da fé ilumina esta escuridão, nos fazendo compreender que toda existência tem um valor inestimável, porque é fruto do amor de Deus. Ele ama mesmo quem se distanciou ou esqueceu d’Ele: tem paciência e espera; mais que isso, deu o seu Filho, morto e ressuscitado, para nos libertar radicalmente do mal. E Cristo enviou os seus discípulos para levar a todos os povos este alegre anúncio de salvação e de vida nova.

A Igreja, para continuar esta missão de evangelização, conta também convosco. Queridos jovens, vós sois os primeiros missionários no meio dos jovens da vossa idade! No final do Concílio Ecumênico Vaticano II, cujo cinquentenário celebramos neste ano, o Servo de Deus Paulo VI entregou aos jovens e às jovens do mundo inteiro uma Mensagem que começava com estas palavras: «É a vós, rapazes e moças de todo o mundo, que o Concílio quer dirigir a sua última mensagem, pois sereis vós a recolher o facho das mãos dos vossos antepassados e a viver no mundo no momento das mais gigantescas transformações da sua história, sois vós quem, recolhendo o melhor do exemplo e do ensinamento dos vossos pais e mestres, ides constituir a sociedade de amanhã: salvar-vos-eis ou perecereis com ela». E concluía com um apelo: «Construí com entusiasmo um mundo melhor que o dos vossos antepassados!» (Mensagem aos jovens, 8 de dezembro de 1965).

Queridos amigos, este convite é extremamente atual. Estamos passando por um período histórico muito particular: o progresso técnico nos deu oportunidades inéditas de interação entre os homens e entre os povos, mas a globalização destas relações só será positiva e fará crescer o mundo em humanidade se estiver fundada não sobre o materialismo mas sobre o amor, a única realidade capaz de encher o coração de cada um e unir as pessoas. Deus é amor. O homem que esquece Deus fica sem esperança e se torna incapaz de amar seu semelhante. Por isso é urgente testemunhar a presença de Deus para que todos possam experimentá-la: está em jogo a salvação da humanidade, a salvação de cada um de nós. Qualquer pessoa que entenda essa necessidade, não poderá deixar de exclamar com São Paulo: «Ai de mim se eu não anunciar o Evangelho» (1 Cor 9,16).

2. Tornai-vos discípulos de Cristo

Esta chamada missionária vos é dirigida também por outro motivo: é necessário para o nosso caminho de fé pessoal. O Beato João Paulo II escrevia: «É dando a fé que ela se fortalece» (Encíclica Redemptoris missio, 2). Ao anunciar o Evangelho, vós mesmos cresceis em um enraizamento cada vez mais profundo em Cristo, vos tornais cristãos maduros. O compromisso missionário é uma dimensão essencial da fé: não se crê verdadeiramente, se não se evangeliza. E o anúncio do Evangelho não pode ser senão consequência da alegria de ter encontrado Cristo e ter descoberto n’Ele a rocha sobre a qual construir a própria existência. Comprometendo-vos no serviço aos demais e no anúncio do Evangelho, a vossa vida, muitas vezes fragmentada entre tantas atividades diversas, encontrará no Senhor a sua unidade; construir-vos-eis também a vós mesmos; crescereis e amadurecereis em humanidade.

Mas, que significa ser missionário? Significa acima de tudo ser discípulo de Cristo e ouvir sem cessar o convite a segui-Lo, o convite a fixar o olhar n’Ele: «Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração» (Mt 11,29). O discípulo, de fato, é uma pessoa que se põe à escuta da Palavra de Jesus (cf. Lc 10,39), a quem reconhece como o Mestre que nos amou até o dom de sua vida. Trata-se, portanto, de cada um de vós deixar-se plasmar diariamente pela Palavra de Deus: ela vos transformará em amigos do Senhor Jesus, capazes de fazer outros jovens entrar nesta mesma amizade com Ele.

Aconselho-vos a guardar na memória os dons recebidos de Deus, para poder transmiti-los ao vosso redor. Aprendei a reler a vossa história pessoal, tomai consciência também do maravilhoso legado recebido das gerações que vos precederam: tantos cristãos nos transmitiram a fé com coragem, enfrentando obstáculos e incompreensões. Não o esqueçamos jamais! Fazemos parte de uma longa cadeia de homens e mulheres que nos transmitiram a verdade da fé e contam conosco para que outros a recebam. Ser missionário pressupõe o conhecimento deste patrimônio recebido que é a fé da Igreja: é necessário conhecer aquilo em que se crê, para podê-lo anunciar. Como escrevi na introdução do YouCat, o Catecismo para jovens que vos entreguei no Encontro Mundial de Madri, «tendes de conhecer a vossa fé como um especialista em informática domina o sistema operacional de um computador. Tendes de compreendê-la como um bom músico entende uma partitura. Sim, tendes de estar enraizados na fé ainda mais profundamente que a geração dos vossos pais, para enfrentar os desafios e as tentações deste tempo com força e determinação» (Prefácio).

3. Ide!

Jesus enviou os seus discípulos em missão com este mandato: «Ide pelo mundo inteiro e anunciai o Evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo» (Mc 16,15-16). Evangelizar significa levar aos outros a Boa Nova da salvação, e esta Boa Nova é uma pessoa: Jesus Cristo. Quando O encontro, quando descubro até que ponto sou amado por Deus e salvo por Ele, nasce em mim não apenas o desejo, mas a necessidade de fazê-lo conhecido pelos demais. No início do Evangelho de João, vemos como André, depois de ter encontrado Jesus, se apressa em conduzir a Ele seu irmão Simão (cf. 1,40-42). A evangelização sempre parte do encontro com o Senhor Jesus: quem se aproximou d’Ele e experimentou o seu amor, quer logo partilhar a beleza desse encontro e a alegria que nasce dessa amizade. Quanto mais conhecemos a Cristo, tanto mais queremos anunciá-lo. Quanto mais falamos com Ele, tanto mais queremos falar d’Ele. Quanto mais somos conquistados por Ele, tanto mais desejamos levar outras pessoas para Ele.

Pelo Batismo, que nos gera para a vida nova, o Espírito Santo vem habitar em nós e inflama a nossa mente e o nosso coração: é Ele que nos guia para conhecer a Deus e entrar em uma amizade sempre mais profunda com Cristo. É o Espírito que nos impulsiona a fazer o bem, servindo os outros com o dom de nós mesmos. Depois, através do sacramento da Confirmação, somos fortalecidos pelos seus dons, para testemunhar de modo sempre mais maduro o Evangelho. Assim, o Espírito de amor é a alma da missão: Ele nos impele a sair de nós mesmos para «ir» e evangelizar. Queridos jovens, deixai-vos conduzir pela força do amor de Deus, deixai que este amor vença a tendência de fechar-se no próprio mundo, nos próprios problemas, nos próprios hábitos; tende a coragem de «sair» de vós mesmos para «ir» ao encontro dos outros e guiá-los ao encontro de Deus.

4. Alcançai todos os povos

Cristo ressuscitado enviou os seus discípulos para dar testemunho de sua presença salvífica a todos os povos, porque Deus, no seu amor superabundante, quer que todos sejam salvos e ninguém se perca. Com o sacrifício de amor na Cruz, Jesus abriu o caminho para que todo homem e toda mulher possa conhecer a Deus e entrar em comunhão de amor com Ele. E constituiu uma comunidade de discípulos para levar o anúncio salvífico do Evangelho até os confins da terra, a fim de alcançar os homens e as mulheres de todos os lugares e de todos os tempos. Façamos nosso esse desejo de Deus!

Queridos amigos, estendei o olhar e vede ao vosso redor: tantos jovens perderam o sentido da sua existência. Ide! Cristo precisa de também de vós. Deixai-vos envolver pelo seu amor, sede instrumentos desse amor imenso, para que alcance a todos, especialmente aos «afastados». Alguns encontram-se geograficamente distantes, enquanto outros estão longe porque a sua cultura não dá espaço para Deus; alguns ainda não acolheram o Evangelho pessoalmente, enquanto outros, apesar de o terem recebido, vivem como se Deus não existisse. A todos abramos a porta do nosso coração; procuremos entrar em diálogo com simplicidade e respeito: este diálogo, se vivido com uma amizade verdadeira, dará seus frutos. Os «povos», aos quais somos enviados, não são apenas os outros Países do mundo, mas também os diversos âmbitos de vida: as famílias, os bairros, os ambientes de estudo ou de trabalho, os grupos de amigos e os locais de lazer. O jubiloso anúncio do Evangelho se destina a todos os âmbitos da nossa vida, sem exceção.

Gostaria de destacar dois campos, nos quais deve fazer-se ainda mais solícito o vosso empenho missionário. O primeiro é o das comunicações sociais, em particular o mundo da internet. Como tive já oportunidade de dizer-vos, queridos jovens, «senti-vos comprometidos a introduzir na cultura deste novo ambiente comunicador e informativo os valores sobre os quais assenta a vossa vida! [...] A vós, jovens, que vos encontrais quase espontaneamente em sintonia com estes novos meios de comunicação, compete de modo particular a tarefa da evangelização deste “continente digital”» (Mensagem para o XLIII Dia Mundial das Comunicações Sociais, 24 de maio de 2009). Aprendei, portanto, a usar com sabedoria este meio, levando em conta também os perigos que ele traz consigo, particularmente o risco da dependência, de confundir o mundo real com o virtual, de substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas por contatos na rede.

O segundo campo é o da mobilidade. Hoje são sempre mais numerosos os jovens que viajam, seja por motivos de estudo ou de trabalho, seja por diversão. Mas penso também em todos os movimentos migratórios, que levam milhões de pessoas, frequentemente jovens, a se transferir e mudar de Região ou País, por razões econômicas ou sociais. Também estes fenômenos podem se tornar ocasiões providenciais para a difusão do Evangelho. Queridos jovens, não tenhais medo de testemunhar a vossa fé também nesses contextos: para aqueles com quem vos deparareis, é um dom precioso a comunicação da alegria do encontro com Cristo.

5. Fazei discípulos!

Penso que já várias vezes experimentastes a dificuldade de envolver os jovens da vossa idade na experiência da fé. Frequentemente tereis constatado que em muitos deles, especialmente em certas fases do caminho da vida, existe o desejo de conhecer a Cristo e viver os valores do Evangelho, mas tal desejo é acompanhado pela sensação de ser inadequados e incapazes. Que fazer? Em primeiro lugar, a vossa solicitude e a simplicidade do vosso testemunho serão um canal através do qual Deus poderá tocar seu coração. O anúncio de Cristo não passa somente através das palavras, mas deve envolver toda a vida e traduzir-se em gestos de amor. A ação de evangelizar nasce do amor que Cristo infundiu em nós; por isso, o nosso amor deve conformar-se sempre mais ao d’Ele. Como o bom Samaritano, devemos manter-nos solidários com quem encontramos, sabendo escutar, compreender e ajudar, para conduzir, quem procura a verdade e o sentido da vida, à casa de Deus que é a Igreja, onde há esperança e salvação (cf. Lc 10,29-37). Queridos amigos, nunca esqueçais que o primeiro ato de amor que podeis fazer ao próximo é partilhar a fonte da nossa esperança: quem não dá Deus, dá muito pouco. Aos seus apóstolos, Jesus ordena: «Fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei» (Mt 28,19-20). Os meios que temos para «fazer discípulos» são principalmente o Batismo e a catequese. Isto significa que devemos conduzir as pessoas que estamos evangelizando ao encontro com Cristo vivo, particularmente na sua Palavra e nos Sacramentos: assim poderão crer n’Ele, conhecerão a Deus e viverão da sua graça. Gostaria que cada um de vós se perguntasse: Alguma vez tive a coragem de propor o Batismo a jovens que ainda não o receberam? Convidei alguém a seguir um caminho de descoberta da fé cristã? Queridos amigos, não tenhais medo de propor aos jovens da vossa idade o encontro com Cristo. Invocai o Espírito Santo: Ele vos guiará para entrardes sempre mais no conhecimento e no amor de Cristo, e vos tornará criativos na transmissão do Evangelho.

6. Firmes na fé

Diante das dificuldades na missão de evangelizar, às vezes sereis tentados a dizer como o profeta Jeremias: «Ah! Senhor Deus, eu não sei falar, sou muito novo». Mas, também a vós, Deus responde: «Não digas que és muito novo; a todos a quem eu te enviar, irás» (Jr 1,6-7). Quando vos sentirdes inadequados, incapazes e frágeis para anunciar e testemunhar a fé, não tenhais medo. A evangelização não é uma iniciativa nossa nem depende primariamente dos nossos talentos, mas é uma resposta confiante e obediente à chamada de Deus, e portanto não se baseia sobre a nossa força, mas na d’Ele. Isso mesmo experimentou o apóstolo Paulo: «Trazemos esse tesouro em vasos de barro, para que todos reconheçam que este poder extraordinário vem de Deus e não de nós» (2 Cor 4,7).

Por isso convido-vos a enraizar-vos na oração e nos sacramentos. A evangelização autêntica nasce sempre da oração e é sustentada por esta: para poder falar de Deus, devemos primeiro falar com Deus. E, na oração, confiamos ao Senhor as pessoas às quais somos enviados, suplicando-Lhe que toque o seu coração; pedimos ao Espírito Santo que nos torne seus instrumentos para a salvação dessas pessoas; pedimos a Cristo que coloque as palavras nos nossos lábios e faça de nós sinais do seu amor. E, de modo mais geral, rezamos pela missão de toda a Igreja, de acordo com a ordem explícita de Jesus: «Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!» (Mt 9,38). Sabei encontrar na Eucaristia a fonte da vossa vida de fé e do vosso testemunho cristão, participando com fidelidade na Missa ao domingo e sempre que possível também durante a semana. Recorrei frequentemente ao sacramento da Reconciliação: é um encontro precioso com a misericórdia de Deus que nos acolhe, perdoa e renova os nossos corações na caridade. E, se ainda não o recebestes, não hesiteis em receber o sacramento da Confirmação ou Crisma preparando-vos com cuidado e solicitude. Junto com a Eucaristia, esse é o sacramento da missão, porque nos dá a força e o amor do Espírito Santo para professar sem medo a fé. Encorajo-vos ainda à prática da adoração eucarística: permanecer à escuta e em diálogo com Jesus presente no Santíssimo Sacramento, torna-se ponto de partida para um renovado impulso missionário.

Se seguirdes este caminho, o próprio Cristo vos dará a capacidade de ser plenamente fiéis à sua Palavra e de testemunhá-Lo com lealdade e coragem. Algumas vezes sereis chamados a dar provas de perseverança, particularmente quando a Palavra de Deus suscitar reservas ou oposições. Em certas regiões do mundo, alguns de vós sofrem por não poder testemunhar publicamente a fé em Cristo, por falta de liberdade religiosa. E há quem já tenha pagado com a vida o preço da própria pertença à Igreja. Encorajo-vos a permanecer firmes na fé, certos de que Cristo está ao vosso lado em todas as provas. Ele vos repete: «Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo tipo de mal contra vós, por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus» (Mt 5,11-12).

7. Com toda a Igreja


Queridos jovens, para permanecer firmes na confissão da fé cristã nos vários lugares onde sois enviados, precisais da Igreja. Ninguém pode ser testemunha do Evangelho sozinho. Jesus enviou em missão os seus discípulos juntos: o mandato «fazei discípulos» é formulado no plural. Assim, é sempre como membros da comunidade cristã que prestamos o nosso testemunho, e a nossa missão torna-se fecunda pela comunhão que vivemos na Igreja: seremos reconhecidos como discípulos de Cristo pela unidade e o amor que tivermos uns com os outros (cf. Jo 13,35). Agradeço ao Senhor pela preciosa obra de evangelização que realizam as nossas comunidades cristãs, as nossas paróquias, os nossos movimentos eclesiais. Os frutos desta evangelização pertencem a toda a Igreja: «um é o que semeia e outro o que colhe», dizia Jesus (Jo 4,37).

A propósito, não posso deixar de dar graças pelo grande dom dos missionários, que dedicam toda a sua vida ao anúncio do Evangelho até os confins da terra. Do mesmo modo bendigo o Senhor pelos sacerdotes e os consagrados, que ofertam inteiramente as suas vidas para que Jesus Cristo seja anunciado e amado. Desejo aqui encorajar os jovens chamados por Deus a alguma dessas vocações, para que se comprometam com entusiasmo: «Há mais alegria em dar do que em receber!» (At 20,35). Àqueles que deixam tudo para segui-Lo, Jesus prometeu o cêntuplo e a vida eterna (cf. Mt 19,29).

Dou graças também por todos os fiéis leigos que se empenham por viver o seu dia-a-dia como missão, nos diversos lugares onde se encontram, tanto em família como no trabalho, para que Cristo seja amado e cresça o Reino de Deus. Penso particularmente em quantos atuam no campo da educação, da saúde, do mundo empresarial, da política e da economia, e em tantos outros âmbitos do apostolado dos leigos. Cristo precisa do vosso empenho e do vosso testemunho. Que nada – nem as dificuldades, nem as incompreensões – vos faça renunciar a levar o Evangelho de Cristo aos lugares onde vos encontrais: cada um de vós é precioso no grande mosaico da evangelização!

8. «Aqui estou, Senhor!»

Em suma, queridos jovens, queria vos convidar a escutar no íntimo de vós mesmos a chamada de Jesus para anunciar o seu Evangelho. Como mostra a grande estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, o seu coração está aberto para amar a todos sem distinção, e seus braços estendidos para alcançar a cada um. Sede vós o coração e os braços de Jesus. Ide testemunhar o seu amor, sede os novos missionários animados pelo seu amor e acolhimento. Segui o exemplo dos grandes missionários da Igreja, como São Francisco Xavier e muitos outros.

No final da Jornada Mundial da Juventude em Madri, dei a bênção a alguns jovens de diferentes continentes que partiam em missão. Representavam a multidão de jovens que, fazendo eco às palavras do profeta Isaías, diziam ao Senhor: «Aqui estou! Envia-me» (Is 6,8). A Igreja tem confiança em vós e vos está profundamente grata pela alegria e o dinamismo que trazeis: usai os vossos talentos generosamente ao serviço do anúncio do Evangelho. Sabemos que o Espírito Santo se dá a quantos, com humildade de coração, se tornam disponíveis para tal anúncio. E não tenhais medo! Jesus, Salvador do mundo, está conosco todos os dias, até o fim dos tempos (cf. Mt 28,20).

Dirigido aos jovens de toda a terra, este apelo assume uma importância particular para vós, queridos jovens da América Latina. De fato, na V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, realizada em Aparecida, no ano de 2007, os bispos lançaram uma «missão continental». E os jovens, que constituem a maioria da população naquele continente, representam uma força importante e preciosa para a Igreja e para a sociedade. Por isso sede vós os primeiros missionários. Agora que a Jornada Mundial da Juventude retorna à América Latina, exorto todos os jovens do continente: transmiti aos vossos coetâneos do mundo inteiro o entusiasmo da vossa fé.

A Virgem Maria, Estrela da Nova Evangelização, também invocada sob os títulos de Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora de Guadalupe, acompanhe cada um de vós em vossa missão de testemunhas do amor de Deus. A todos, com especial carinho, concedo a minha Bênção Apostólica.

Vaticano, 18 de outubro de 2012.



BENEDICTUS PP XVI

PROGRAMAÇÃO DA JMJ RIO 2013


POR OCASIÃO DA XXVIII JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE

22-29 DE JULHO DE 2013
 
JMJ Rio de Janeiro 2013
PROGRAMA
Trasmissões vídeo ao vivo pelo CTV

(Centro Televisivo Vaticano) 
 
Segunda-feira 22 de julho de 2013
Roma
08.45 Partida do Aeroporto de Roma Ciampino para o Rio de Janeiro

Rio de Janeiro
16.00 Acolhida oficial no Aeroporto Internacional Galeão/Antônio Carlos Jobim do Rio de Janeiro
17.00 Cerimônia de boas-vindas no Jardim do Palácio Guanabara do Rio de Janeiro Discurso do Santo Padre
17.40 Visita de cortesia à Presidente da República no Palácio Guanabara no Rio de Janeiro
Estadia privada na Residência do Sumaré no Rio de Janeiro

Quarta-feira 24 de julho de 2013
08.15 Partida em helicóptero do Sumaré para o Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
09.30 Chegada ao Heliporto do Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
10.00 Veneração da Imagem de Nossa Senhora na Sala dos 12 Apóstolos do Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida
10.30 Santa Missa na Basílica do Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida Homilia do Santo Padre
13.00 Almoço com a Comitiva Papal, os Bispos da Província e os Seminaristas no Seminário Bom Jesus de Aparecida
16.10 Partida em helicóptero do Seminário Bom Jesus de Aparecida para o Rio de Janeiro
17.25 Chegada ao Aeroporto Santos Dumont (III Comar) do Rio de Janeiro
18.30 Visita ao Hospital de São Fancisco de Assis na Providência de Deus (antigo Ordem Terceira da Penitência/VOT) no Rio de Janeiro Discurso do Santo Padre
Quinta-feira 25 de julho de 2013
07.30 Santa Missa privada na Residencia do Sumaré no Rio de Janeiro
09.45 Entrega das chaves da cidade ao Santo Padre e Bênção das bandeiras olímpicas no Palácio da Cidade no Rio de Janeiro
11.00 Visita à Comunidade de Varginha em Manguinhos no Rio de Janeiro Discurso do Santo Padre
18.00 Festa de acolhida dos jovens na Praia de Copacabana no Rio de Janeiro Saudação e Discurso do Santo Padre
Sexta-feira 26 de julho de 2013
07.30 Santa Missa privada na Residência do Sumaré no Rio de Janeiro
10.00 Confissão de alguns jovens da XXVIII JMJ no Parque Municipal da Quinta da Boa Vista no Rio de Janeiro
11.30 Breve encontro com alguns jovens detentos no Palácio Arquiepiscopal São Joaquim no Rio de Janeiro
12.00 Oração do Angelus Domini do Balcão Central do Palácio Arquiepiscopal São Joaquim no Rio de Janeiro Palavras do Santo Padre
12.15 Saudação ao Comitê Organizador da XXVIII Jornada Mundial da Juventude e aos Benfeitores no Palácio Arquiepiscopal São Joaquim no Rio de Janeiro
13.00 Almoço com os jovens no Salão Redondo no Palácio Arquiepiscopal São Joaquim no Rio de Janeiro
18.00 Via-Sacra com os jovens na Praia de Copacabana no Rio de Janeiro Discurso do Santo Padre
Sábado 27 de julho de 2013
09.00 Santa Missa com os Bispos da XXVIII JMJ e com os Sacerdotes, so Religioso e os Seminaristas na Catedral de São Sebastião no Rio de Janeiro Homilia do Santo Padre
11.30 Encontro com a Classe Dirigente do Brasil no Teatro Municipal do Rio de Janeiro Discurso do Santo Padre
13.30 Almoço com os Cardeais do Brasil, a Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, os Bispos da Região e a Comitiva Papal no Grande Refeitório do centro de estudos do Sumaré no Rio de Janeiro
19.30 Vigília de oração com os jovens no Campus Fidei em Guaratiba Discurso do Santo Padre

Domingo 28 de julho de 2013
10.00Santa Missa pela XXVIII Jornada Mundial da Juventude no Campus Fidei em GuaratibaHomilia do Santo Padre
Oração do Angelus Domini no Campus Fidei em GuaratibaPalavras do Santo Padre
14.00Almoço com a Comitiva Papal no Refeitório do Centro de Estudos do Sumaré no Rio de Janeiro
16.00Encontro com o Comitê de Coordenação do CELAM no Centro de Estudos do Sumaré no Rio de JaneiroDiscurso do Santo Padre
16.40Despedida da Residência do Sumaré no Rio de Janeiro
17.30Encontro com os Voluntários da XXVIII JMJ no Pavilhão 5 do Rio Centro no Rio de JaneiroDiscurso do Santo Padre
18.30Cerimônia de despedida no Aeroporto Internacional Galeão/Antônio Carlos Jobim do Rio de JaneiroDiscurso do Santo Padre
19.00Partida do Aeroporto Internacional Galeão/Antônio Carlos Jobim do Rio de Janeiro para Roma

Segunda-feira 29 de julho de 2013
Roma
11.30Chegada a ao Aeroporto de Roma Ciampino

Fuso horário
Fuso horário
Roma: + 2 UTC
Rio de Janeiro e Aparecida do Norte: - 3 UTC
 

Papa Francisco anuncia canonização de João Paulo II e João XXIII

Vaticano publicou nesta sexta-feira (5) primeira encíclica do Papa Francisco.
Carta foi escrita pelo pontífice atual e seu antecessor, Bento XVI.

 São João Paulo II

 São João XXIII

 
O Vaticano publicou nesta sexta-feira (5) a primeira encíclica do Papa Francisco, chamada "A Luz da Fé". A carta aos fieis foi escrita a quatro mãos, por dois papas: o atual e seu antecessor, Bento XVI.
Os dois papas se encontraram nesta sexta-feira em um dos jardins do Vaticano. Juntos, benzeram a nova estatua de São Miguel Arcanjo. Bento XVI apareceu sorridente e mais frágil. Foi ele que escreveu a primeira versão da encíclica, assinada pelo sucessor Francisco.
O trabalho feito a quatro mãos fala principalmente da fé. Segundo a carta aos fieis, a fé é capaz de iluminar a existência do homem. Quando se refere ao casamento, o documento destaca a "união entre o homem e a mulher" como base da família.
O arcebispo Gerhard Müller, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, declarou que quem lê a encíclica nota uma clara continuidade entre a mensagem de Francisco e Bento XVI.
O Papa Francisco também assinou o decreto da canonização de dois papas considerados muito importantes na história moderna da Igreja. João Paulo II e João XXIII serão proclamados santos juntos.
O papa reconheceu o segundo milagre de João Paulo II. Foi em 2011, na Costa Rica. Floribeth Mora recebeu o diagnóstico de um grave aneurisma cerebral. Os médicos lhe deram pouco tempo de vida, e ela, então, rezou para João Paulo II.
O primeiro milagre atribuído ao papa polonês foi a cura de uma freira francesa que sofria de mal de Parkinson. O Papa João XXIII tem apenas um milagre reconhecido, mas, para ele, o Papa Francisco dispensou o segundo.
A cerimônia de canonização dos dois papas ainda não foi marcada. Segundo o Vaticano, deve acontecer até o fim do ano.

Papa concede indulgência para participantes da JMJ Rio2013

08 de julho de 2013 - Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco promulgou o decreto que concede indulgência aos participantes da Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio2013). De acordo com o texto do decreto, a indulgência pode ser recebida por todos que os participarem da JMJ, até mesmo espiritualmente.
O decreto foi assinado em 2 julho pela Penitenciaria Apostólica.
O decreto explica que será concedida a Indulgência parcial aos fiéis, onde quer que se encontrem durante a Jornada. Para isso, os jovens precisam rezar pelas intenções do Sumo Pontífice elevando fervorosas orações a Deus, concluindo com a oração oficial da Jornada Mundial da Juventude. Os fiéis devem invocar a Santa Virgem Maria, Rainha do Brasil, sob o título de "Nossa Senhora da Conceição Aparecida", bem como aos outros patronos e intercessores da Jornada a fim de que estimulem os jovens a se fortalecerem na fé e a caminharem na santidade. Os jovens também devem se confessar e comungar.
Veja abaixo a íntegra do decreto
Penitenciaria Apostólica
Rio de Janeiro
Decreto


Concede-se o dom das Indulgências por ocasião da "XXVIII Jornada Mundial das Juventude", que será celebrada no Rio de Janeiro durante o corrente Ano da Fé.
O Santo Padre Francisco, desejando que os jovens, em união com os fins espirituais do Ano da Fé, convocado pelo Papa Bento XVI, possam obter os frutos esperados de santificação da "XXVIII Jornada Mundial da Juventude, que se celebrará de 22 a 29 do próximo mês de Julho, no Rio de Janeiro, e que terá por tema: 'Ide e fazei discípulos por todas as nações' (cfr. Mt 28, 19)", na Audiência concedida no passado 3 de junho ao subscrito Cardeal Penitenciário-mor, manifestando o coração materno da Igreja, do Tesouro das satisfações de Nosso Senhor Jesus Cristo, da Beatíssima Virgem Maria e de todos os Santos, estabeleceu que todos os jovens e todos os fiéis devidamente preparados pudessem usufruir do dom das Indulgências como determinado:
a) Concede-se a Indulgência plenária, obtenível uma vez por dia mediante as seguintes condições (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração segundo as intenções do Sumo Pontífice) e ainda aplicável a modo de sufrágio pelas almas dos fiéis defuntos, pelos fiéis verdadeiramente arrependidos e contritos, que devotamente participem nos ritos sagrados e exercícios de piedade que terão lugar no Rio de Janeiro.
Os fiéis legitimamente impedidos, poderão obter a Indulgência plenária desde que, cumprindo as comuns condições espirituais, sacramentais e de oração, com o propósito de filial submissão ao Romano Pontífice, participem espiritualmente nas sagradas funções nos dias determinados, desde que sigam estes ritos e exercícios piedosos enquanto se desenrolam, através da televisão e da rádio ou, sempre que com a devida devoção, através dos novos meios de comunicação social;
b) Concede-se a Indulgência parcial aos fiéis, onde quer que se encontrem durante o mencionado encontro, sempre que, pelo menos com alma contrita, elevem fervorosamente orações a Deus, concluindo com a oração oficial da Jornada Mundial da Juventude, e devotas invocações à Santa Virgem Maria, Rainha do Brasil, sob o título de "Nossa Senhora da Conceição Aparecida", bem como aos outros Patronos e Intercessores do mesmo encontro, de modo a que estimulem os jovens a se fortalecerem na fé e a caminharem na santidade.
Para que os fiéis possam mais facilmente participarem destes dons celestes, os sacerdotes, legitimamente aprovados para ouvir confissões sacramentais, com ânimo pronto e generoso se prestem a acolhê-las e proponham aos fiéis orações públicas, pelo bom êxito desta "Jornada Mundial da Juventude".
O presente Decreto tem validade para este encontro. Não obstante qualquer disposição contrária.
Dado em Roma, na Sede da Penitenciaria Apostólica, no dia 24 de Junho do ano do Senhor de 2013, na solenidade de São João Batista

Cardeal Manuel Monteiro de Castro
Penitenciário-mor
Mons. Krzysztof NykielRegente

JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE RIO 2013

Sua Santidade o Papa Francisco virá ao Brasil em Julho deste ano, para celebrar com os jovens do mundo inteiro a JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE no Rio de Janeiro.
 
A JMJ se realizará entre os dias 23 a 28 de julho de 2013.




segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Minha vida tem sentido se me encontro com ti


Minha vida só tem sentido se eu realmente faço o que eu gosto. Na vida não se pode ter felicidade fazendo as coisas que não gosta, que não se sente bem. Infelizmente a vida é feita de escolhas e muitas vezes fazemos escolhas que não nos deixam felizes. As vezes você pode ter escolhido algo por influencia de alguém ou por pressão de alguém.
Ninguém nesse mundo é obrigado a fazer coisas que não queiram, mas não tendo outra opção é preferível fazer bem feito aquilo que você não gosta. A felicidade está dentro de cada um de nós, seguindo os mesmos passos que damos em busca do amor e da paz. Nem sempre esses passos são largos como deveriam, mas não precisamos de pressa. Tem certos momentos que nós precisamos de uma pausa na vida.




 Descansar mesmo, sem compromissos com nada e refletir.
Parar e pensar se o que fazemos hoje colabora pra nossa felicidade, se está de acordo com a nossa vontade. Muitas vezes, cumprimos certas exigencias que não correspondem a uma verdadeira formação humana na sociedade. Porém, tudo tem o seu tempo, a sua hora. É preciso lutar e ter coragem pra vencer. Nunca abaixar a cabeça, sempre estar pronto pra uma alegria ou decepção.


Enfim, tudo passa e só Deus permanece. E como só Ele permanece, devemos aprender a confiar mais e a suplicar a nosso favor. Que possamos sempre pensar mais e agir correto, do que ficar falando nada com nada e empurrando com a barriga.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

SOLENIDADE DE SÃO FRANCISCO DAS CHAGAS DE TAUBATÉ



Uma solene Missa presidida pelo Sr. Bispo Diocesano Dom Carmo João iniciou as atividades do dia de São Francisco das Chagas, padroeiro de nossa Diocese. Ao lado do Monsenhor Marco Jacob – Cura da Catedral de Taubaté e do Cônego Edson Oriolo, Cura da Catedral Metropolitana de Pouso Alegre / MG, a Celebração Eucarística contou com a solene entronização dos restos mortais do Monsenhor Evaristo Campista César; além de homenagens pelos 25 anos de ordenação Diaconal de Otto Luiz Nonues e Petrus Eugênio Lencioni. A urna mortuária de Mons. Evaristo, trazendo a bandeira de Taubaté foi entronizada pelos seminaristas enquanto se executava a ladainha de todos os santos. Num gesto evocativo, Mons. Marco e o Mons. Irineu – Chanceler do Bispado – colocaram sobre a urna o Evangeliário e a Estola Paroquial. Gesto muito significativo, pois Mons. Irineu é ex-pároco da Catedral e Mons. Marco é o atual, ambos sucessores do Mons. Evaristo.


 Ao final da celebração foram feitas pelo Sr. Bispo e pelo Cabido as orações em sufrágio da alma do homenageado, e após a benção final, num cortejo emocionante, ao som de “Com minha mãe estarei”, a urna foi conduzida à cripta que foi abençoada e inaugurada. Os restos mortais do Mons. Evaristo agora repousam em definitivo no solo sagrado de nossa Igreja Mãe.



  

Mas, queremos destacar também, que além do saudosismo e da memória santa deste homem de Deus, celebramos nosso padroeiro numa celebração muito tranquila. O Sr. Bispo pregou sobre a reconstrução da Igreja do Senhor, motivo ligado ao tempo de São Francisco e muito mais ao nosso hoje. “É preciso reconstruir denovo a Igreja do Senhor, é preciso assumir o batismo que recebemos.” Ao final da celebração, Mons. Pedro Lopes discursou sobre o santo e sobre a missão do bispo, e Mons. Marco usou da palavra para os agradecimentos finais. A Festa do Padroeiro continuou com uma Missa presidida pelo Dom Antônio Afonso de Miranda, bispo emérito de nossa Diocese, e uma solene procissão pelas ruas de nossa cidade. São Francisco das Chagas (ou de Assis), é o padroeiro da Diocese, da Cidade, da Paróquia Central e Titular da Igreja Catedral, por isso, para nós, é Solenidade máxima. Que ele rogue à Deus por nós todos que o temos por padroeiro e nos ensine a viver as bem-aventuranças!

 

 

Fonte: Seminário de teologia “Cura D´Ars”


terça-feira, 6 de setembro de 2011

O Hábito não faz o monge... o santifica! 






Certamente alguns dos que lêem este texto agora, irão lembrar-se de sua infância. Um grupo de crianças brinca na rua, sem perigo de violência ou preocupação com maldades. Canções de roda, ou de pular corda enchem o ar do bairro de uma alegria pura, inocente. Lá ao longe se avista aquele distinto senhor. Todos o identificam rápida e facilmente: um chapéu preto e redondo, nas mãos um breviário; vestindo sua batina preta e surrada; talvez cerzida em alguns pontos e até desbotada. Todos já sabem: “aí vem o ‘seu’ vigário!” A ele as crianças acorrem para pedir uma bênção e ganhar um ‘santinho’ ou um doce, sem risco de pedofilia.
Este sacerdote segue seu caminho e, certamente, o encontraremos visitando uma família, ou confortando um enfermo pela Extrema Unção, ou, quem sabe, na sua Paróquia de joelhos na nave central da Igreja, diante do Sacrário, ou ainda, dentro de um confessionário.
Onde estão estes padres hoje?
 
Sl 76(77)
–8 Será que Deus vai rejeitar-nos para sempre? *
E nunca mais nos há de dar o seu favor?
–9 Por acaso, seu amor foi esgotado? *
Sua promessa, afinal, terá falhado?
–10 Será que Deus se esqueceu de ter piedade? *
Será que a ira lhe fechou o coração?
–11 Eu confesso que é esta a minha dor: *
'A mão de Deus não é a mesma: está mudada!'
 
         “A mão de Deus não é a mesma: está mudada!” Está mudada porque aqueles que deveriam ser as mãos, os pés, os lábios, os braços de Nosso Senhor na terra, os padres, estão mudados.
            Há quem diga esta famigerada frase: “O hábito não faz o monge”. Esta frase é profundamente tola, pois se trata de uma falácia! Certa vez, conversando com algumas daquelas pessoas que acham que o padre é um homem comum e que, por isso, deve se vestir como um homem comum para ‘dialogar’ com o mundo moderno, ouvi este absurdo: “A batina não é o mais importante, mas o sacerdócio que o padre recebeu. Ele vai ser mais padre ou menos padre por estar de batina?” Então eu respondi: “Mas é claro que não! O sacerdócio é muito maior que uma simples veste. E a Igreja NUNCA afirmou coisa em contrário. Mas, agora, permita-me fazer duas perguntas: a faca é um utensílio tão necessário em nosso dia-a-dia; utilizada para picar, descascar e cortar. Mas ela também é capaz de tirar uma vida. Você a deixaria de usar definitivamente por causa disso? Você deixaria de dirigir o seu carro, mesmo sabendo que ele, um dia, pode atropelar e matar alguém, ou, num acidente, matar a você mesmo?” Obviamente que a resposta foi “Não”. É claro que sabemos que a batina não é o fundamento da nossa fé, esperança e caridade; A batina não é o centro da vida da Igreja; Eu não vou ser mais padre por estar de batina. Tudo isso já sabemos. Contudo nada disso justifica o desuso da mesma. Da mesma forma que tenho que ter a consciência de utilizar uma faca ou dirigir o meu automóvel com sabedoria e prudência, devo saber utilizar a batina com a mesma sabedoria, prudência e, sobretudo, humildade. Não adianta ser um “cavalo de batina”!
            A batina nos impõe um COMPROMISSO solene e terrível. Quando estou revestido do sagrado hábito devo agir com prudência. Devo medir minhas palavras e gestos. Não devo me sentar de qualquer forma. Não devo andar de qualquer forma. Não devo subir ou descer escadas de qualquer forma. Estando de batina devemos pensar muito sobre nossas atitudes e palavras! Não posso me esquecer que todos os olhos estarão voltados para mim. Devo ser um exemplo no agir, no falar, enfim, em tudo. Usando o sagrado hábito não posso me esquecer de que carrego comigo a responsabilidade de toda uma instituição, e não apenas de uma pessoa física! Tudo o que o padre faz, já dizem logo que é a Igreja que faz! Por isso não se deve usar a batina de qualquer forma. Aliás, este é o motivo pelo qual muitos padres hoje não querem usá-la. Sob uma FALSA modéstia dizem: “não uso para não chamar atenção”. Isso é uma desculpa esfarrapada! A VERDADE é que não querem usá-la (e nem ao menos o Clergyman) para não serem identificados e, portanto, não serem incomodados. SEMPRE que estou de batina na rua aparece alguém pedindo uma bênção, ou para tirar uma dúvida ou até para desabafar! Já ouvi inclusive uma confissão (literalmente auricular) na Linha 1 do Metrô! Mas, é claro, que é muito mais cômodo estar no meio da rua e não ser identificado. Conheci sacerdotes que me chamaram atenção porque eu os chamei de “padre” no meio da rua! Fui imediatamente repreendido (e não foi em nome de Jesus): “Por favor, na rua me chame pelo meu nome”. A questão é que revestido do Clergyman ou Batina ‘fica mal’ ele parar num bar e tomar uma cerveja; ‘fica mal’ ele fumar quase um maço de cigarro; ‘fica mal’ ele não controlar os seus olhares apetitosos para uma bela moça (ou, quem sabe, um rapaz) na rua. Há até padres que, movidos pela Passione, deixam de celebrar a Santa Missa e mandam um Ministro Extraordinário fazer uma celebração em seu lugar…
            Certa vez, fazendo uma meditação, me perguntei por que a batina incomoda tanta gente. E logo – ironicamente – me veio uma antiga musiquinha à mente; claro que com as devidas adaptações não-pastorais:
 
“Um elefante incomoda muita gente.
Uma batina incomoda, incomoda, incomoda muito mais!”
 
         Não sou um psicólogo, contudo minha meditação me fez chegar à seguinte conclusão: creio que exista aqui uma questão de CONSCIÊNCIA. Por isso a batina incomoda tanto.
 
·        Alguns não a usam porque tem consciência de que não possuem nem a força espiritual e nem a volitiva quer seja imanente ou emanente de se portarem como o hábito exigiria. Só de pensar, isso já causa neles certa repulsa.
 
·        Outros têm consciência de sua falta de disciplina e de ascese. Parece-me que quase não há mais hoje em dia a pré-disposição a “oferecer sacrifícios de amor a Nosso Senhor” como outrora faziam os santos. Hoje todos buscam o mais cômodo o mais confortável: é a busca incessante pelo bem-estar!
 
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduzem à perdição e numerosos são os que por aí entram. Estreita, porém, é a porta e apertado o caminho da vida e raros são os que o encontram.”
(Mt 7, 13-14)
 
·        Há aqueles sacerdotes que NÃO USAM o hábito, mas adoram comentar e criticar os que usam; estes senhores, bem no fundo de suas almas, sentem o incômodo da consciência, porque sabem que a presença daquele hábito é para eles uma constante lembrança de suas infidelidades e que deveriam viver a sua consagração com mais dedicação.
 
Mas a batina não atinge apenas a consciência dos ministros ordenados, mas igualmente a dos leigos. Vejamos alguns exemplos:
 
·        Um sacerdote que passa de batina nas ruas faz aquele que está afastado da Igreja há algum tempo lembrar que ele precisa se reconciliar com Deus; Às vezes a pessoa está em seus afazeres diários e nem está pensando em Deus; mas ao ver aquele padre passar, DUVIDO que dentro de sua cabeça e de seu coração a vozinha da consciência não diga “já faz tempo que você não vai à Igreja” ou “você tem tanto tempo pra tudo… precisa de um tempo para Deus também”.
 
·        Até mesmo os ateus ou os hereges sentem a consciência arder quando um sacerdote passa de batina. Nem que seja para dar-lhe um olhar de desdém ou cantarolar uma música pentecostal (que não é, em absoluto, para louvar a Deus, mas, antes, para ‘provocar’ o padre). Se eles REALMENTE não ligassem e não se importassem, ficariam em silêncio e ignorariam o sacerdote. Se fazem algum gesto, por menor que seja, é porque algo dentro deles diz: “você está errado e precisa de conversão!”
 
O irônico da história toda é que os que julgam ser o hábito eclesiástico somente uma exterioridade são, na sua maioria, pessoas superficiais. Se perguntarmos a eles qual é o significado do hábito talar, por certo não saberão dizê-lo. Pelo contrário vão logo dizer: “isso é coisa do passado” ou ainda “isso não se usa mais”. São Ignorantes da LEI de sua própria Igreja (Código de Direito Canônico) que diz:
 
Cân. 284 - Os clérigos usem hábito eclesiástico conveniente, de acordo com as normas dadas pelas conferências dos Bispos e com os legítimos costumes locais.
 
Nota de rodapé do cânone 284: Após entendimentos laboriosos com a Santa Sé, ficou determinado que os clérigos usem, no Brasil, um traje eclesiástico digno e simples, de preferência o “clergyman” (camisa clerical) ou “batina”.
 
            A batina é um sinal de consagração a Deus. Sua cor negra é sinal de luto. O padre morreu para o mundo, porque tudo o que é mundano não lhe atrai mais. Ela é ornada de 33 botões na frente, representando a idade de Nosso Senhor. São 5 botões nas mangas, representando as 5 chagas de Nosso Senhor. Também possui 2 presilhas laterais que simbolizam a humanidade e a divindade de Nosso Senhor. O padre a usa com uma faixa na cintura, símbolo da castidade e do celibato. Algumas possuem mais 7 botões na parte superior do braço, simbolizando os 7 sacramentos, com os quais o padre conforta os fiéis.
            A batina é, também, um santo remédio contra a vaidade. Enquanto um homem comum precisa gastar tempo em frente ao seu guarda-roupas ou a um espelho verificando se este paletó combina com aquela camisa ou se a cor da gravata está adequada, o padre veste sua batina e pronto. Nem precisa perguntar “o que eu vou vestir hoje?”. Sua roupa é uma só! Por isso ela também é símbolo de fidelidade e constância. Nos batizados, o padre usa a batina. Se for um casamento: batina! Se for um aniversário: batina! E se for um funeral? Batina! Na alegria e na tristeza, na saúde e na doença… é sempre a mesma coisa. E não podia ser diferente, uma vez que o padre é o representante de Nosso Senhor Jesus Cristo que é o mesmo: ONTEM, HOJE e SEMPRE!
 
Aprendi em filosofia que expressamos no exterior o que há no interior. Aliás, essa idéia foi expressa por Nosso Senhor: “a boca fala do que o coração está cheio” (Mt 12,34). Talvez esteja aí a resposta para o desleixo e o desmazelo que há hoje na Igreja e no clero. Perdoe-me, caro leitor, se “pego pesado” demais. Mas penso que se a Igreja tivesse mantido a rígida disciplina do passado, metade do nosso atual clero não seriam padres hoje. Jesus conta uma parábola no Evangelho de São Lucas sobre um administrador INFIEL, que, ao ser descoberto, está prestes a perder seu emprego:
 
“O administrador refletiu então consigo: Que farei, visto que meu patrão me tira o emprego? Lavrar a terra? Não o posso. Mendigar? Tenho vergonha.” (Lc 16,3)
 
Tenho a impressão de que muitos sacerdotes vivem hoje do mesmo modo que esse administrador infiel. Como não se sentem capacitados para realizar outra atividade, por isso, se servem da Igreja. Vão “empurrando com a barriga” o seu ministério. Em nome de uma “simplicidade” cometem as maiores atrocidades: Missas celebradas de qualquer maneira; desrespeito às coisas sagradas; paramentos terrivelmente feios ou sujos; igrejas que mais parecem caixotes e não expressam piedade, etc. Parece que nem sequer acreditamos mais naquilo que fazemos. Hoje, por exemplo, eu estava de batina caminhando pelas ruas do centro da cidade. Passei por um seminarista e ele me cumprimentou: “E aí, padre? Beleza?”. A menos de cinqüenta metros à frente, um mendigo que estava sentado à porta de uma loja também me saudou: “a bença seu padre...”.
 
Salmo 73 (74)
=2 Recordai-vos deste povo que outrora adquiristes, † desta tribo que remistes para ser a vossa herança, * e do monte de Sião que escolhestes por morada!
 
–3 Dirigi-vos até lá para ver quanta ruína: * no santuário o inimigo destruiu todas as coisas;
–4 e, rugindo como feras, no local das grandes festas, * lá puseram suas bandeiras vossos ímpios inimigos.
 
–5 Pareciam lenhadores derrubando uma floresta, * 6 ao quebrarem suas portas com martelos e com malhos.
–7 Ó Senhor, puseram fogo mesmo em vosso santuário! * Rebaixaram, profanaram o lugar onde habitais!
 
–8 Entre si eles diziam: 'Destruamos de uma vez!' * E os templos desta terra incendiaram totalmente.
–9 Já não vemos mais prodígios, já não temos mais profetas,* ninguém sabe, entre nós, até quando isto será!
 
–10 Até quando, Senhor Deus, vai blasfemar o inimigo? * Porventura ultrajará eternamente o vosso nome?
–11 Por que motivo retirais a vossa mão que nos ajuda? * Por que retendes escondido vosso braço poderoso?
 
–18 Recordai-vos, ó Senhor, das blasfêmias do inimigo * e de um povo insensato que mal diz o vosso nome!
–19 Não entregueis ao gavião a vossa ave indefesa, * não esqueçais até o fim a humilhação dos vossos pobres!
 
Termino dizendo uma frase que há muito eu disse num sermão: Não tenho medo dos lobos que vêm em pele de cordeiros… tenho medo daqueles que vêm em pele de pastores!
 
“Somos afligidos de todos os lados, mas não vencidos” (2Cor 4,8 )
 
 
 
Pe. Leonardo Holtz Peixoto